Bom fim-de-semana! O merecido descanso finalmente chegou, e o nosso novo artigo também!
No artigo desta semana vamos falar da "Cerâmica Portuguesa", um elemento importantíssimo da nossa cultura.
História
É impossível saber quando e onde começou esta arte milenar, pois há exemplares encontrados em locais tão díspares como em tribos indígenas do Brasil, montanhas do Japão, monumentos do Egipto ou no deserto em Israel. A presença desta arte é notória em todo o globo.
A Cerâmica é, em poucas palavras, argila moldada com água, deixando o objeto final numa cor castanha, para finalizar aplica-se o esmalte vidrado. Mas, claro, nem sempre foi assim em Portugal.
Apesar de serem utilizadas como vasos e potes, a cerâmica como é conhecida começa a chegar a Portugal vinda de Espanha, como influência da presença árabe na Península Ibérica. Começa-se a utilizar azulejos (cujo nome vem de al zulej, “pedra escorregadia e brilhante”, em árabe) adornados com padrões geométricos árabes e com cores mais neutras, que só são alteradas no século XVI, com a criação de esmaltes metálicos. Nesse momento, ampliam-se as cores e as pinturas mais delicadas, desenhadas e ornamentais nas porcelanas e faianças. Mas só após o século XVII, quando os navegadores portugueses voltavam da China e traziam porcelanas pintadas em azul e branco é que as cores tradicionais de hoje tomaram parte da cultura portuguesa, tanto em azulejos como em faianças e porcelanas — que inicialmente eram só acessíveis para os nobres. É também por volta dessa época — período Barroco — que o costume de retratar imagens, cenas de batalhas e histórias em azulejos, surgiu, formando-se verdadeiros painéis. Em palácios o uso começa a ser comum, mas é principalmente em igrejas e conventos que os azulejos se imortalizam.
A época de Marquês de Pombal foi responsável pela massificação do azulejo em Lisboa por um motivo muito utilitário: após o terramoto de 1755, era preciso algo barato, resistente, prático e bonito. Escadarias e construções foram então revestidas por fora. Os costumes passaram às igrejas e às casas, a partir da recuperação económica de 1840. Mais do que embelezamento de interiores e exteriores, os azulejos são, hoje, um traço da identidade portuguesa.
As principais marcas da cerâmica portuguesa são os azulejos e as loiças.
Alguns artistas de renome
O percursor que assumiu a pintura do azulejo português foi o espanhol Gabriel del Barco, ativo em Portugal nos finais do século XVII. Já no século XVIII assistiu-se a um crescente de artistas do aclamado Ciclo dos Mestres, por um período áureo da azulejaria portuguesa. Nomes de referência reportam-nos para Nicolau de Freitas, Teotónio dos Santos e Valentim de Almeida. No século XX, no Porto, o pintor Júlio Resende construiu desde 1958, composições figurativas em azulejo e placas cerâmicas, atingindo o expoente do seu trabalho com Ribeira Negra, em 1985. É nesta época (s.XX) que surgem os artistas Rafael Bordalo Pinheiro e Jorge Barradas, impulsionadores da renovação no domínio da cerâmica e do azulejo. Ainda em meados do século, Maria Keil realiza um notável trabalho para as estações iniciais do metro de Lisboa, juntando-se a Júlio Resende, Júlio Pomar, Sã Nogueira, Carlos Botelho, João Abel Manta, Eduardo Nery, entre outros, como grandes referências da história e cultura do azulejo português.
Na Atualidade
O azulejo conta com 500 anos de produção nacional, foi utilizado para cobrir milhares de fachadas, sendo produzido por fábricas de Lisboa e das cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, como Massarelos e a Fábrica de Cerâmica das Devesas.
No Norte, os relevos pronunciados, o volume, o contraste de luz e sombra são características presentes. Por Lisboa, a preferência ficou-se pelos padrões lisos de memória antiga e uma ostensiva aplicação exterior nas fachadas.
Algumas localizações onde pode observar os azulejos portugueses:
Estação de São Bento, Porto;
Igreja de Santo Ildefonso, Porto;
Igreja dos Congregados, Porto;
Capela das Almas, Porto;
Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego;
Convento de Santa Cruz do Buçaco, Buçaco;
Convento de Cristo, Tomar;
Igreja de São Quintino, Sobral de Monte Agraço;
Quinta da Bacalhoa, Lisboa;
Capela de São Roque, Lisboa;
Convento da Graça, Lisboa;
Convento de São Vicente de Fora, Lisboa;
Palácio dos Marqueses de Fronteira, Lisboa;
Palácio Nacional de Queluz, Lisboa;
Casa de Ferreira das Tabuletas, Lisboa;
Palácio da Mitra, Azeitão.
Se continua com interesse pela Cerâmica Portuguesa pode visitar o Museu Nacional do Azulejo, criado em 1980, onde poderá conhecer mais sobre Portugal e a sua cultura através da Cerâmica.
Horário do Museu Nacional do Azulejo:
A partir de 1 de Maio 2021:
Terça-feira a Domingo das 10h às 18h.
Última entrada às 17h30.
Encerra no período de almoço entre as 13h 00 e as 14h00.
Obrigada por ler até ao fim o nosso artigo, esperamos que tenha achado interessante, e não deixe de visitar a nossa loja online em www.produtosportugueses.pt, onde pode encontrar todo tipo de produtos, de alta qualidade, produzidos inteiramente em território português! Temos uma promoção ativa neste momento, e novidades a caminho!