Beatriz Costa

Beatriz Costa

Beatriz da Conceição, nascida no Milharado, em Mafra, filha de pai moleiro, chega a Lisboa com a sua mãe, em 1912, com 4 anos, na procura de uma vida melhor. Com o início da Primeira Grande Guerra, em 1914, a mãe emprega-se como costureira no Casão Militar, tendo, pouco tempo depois, ido para Figueiró dos Vinhos, onde Beatriz alegadamente serviu de modelo para o pintor José Malhoa, numa pintura a óleo onde apresentava tranças, um laço e gola de guipura. Naquela localidade, a mãe conhece o seu primeiro padrasto, Manuel Jorge, natural do Casal de São Simão e militar do Regimento de Infantaria n.º15, tendo o casamento ocorrido em Tomar, onde estava sediado o regimento. Aos 6 anos vai para Tomar, onde permanece até aos 12. Em virtude de uma nova separação, vem para Lisboa em 1920, numa carroça de lavadeiras, passando a primeira noite com a mãe num banco da Avenida da Liberdade, indo depois residir à Costa do Castelo. Beatriz trabalhou como ajuntadeira, empregada doméstica e bordadeira. Aprendeu a ler e a escrever sozinha, aos 13 anos. Em 1924 parte para uma ‘tournée’ ao Brasil (com o empresário António de Macedo a ter de falsificar documentos para poder transportar tão jovem corista...). Rapidamente Beatriz se faz notar de tal modo que, quando a companhia monta, em São Paulo, a peça “As Máscaras”, em homenagem ao escritor brasileiro Menotti Del Picchia, ela é uma das intérpretes. E, quando volta a Portugal em 1925, já é como actriz que aparece na revista “Ditosa Pátria”, no T. Trindade. Faz, em seguida algumas operetas e zarzuelas , mas é na revista que melhor brilha: “Fox-Trot”, estreada no T. Joaquim de Almeida, “Olarila” (T. Maria Vitória) e, em 1927, “Revista de Lisboa” (Salão Foz) e, sobretudo, “Sete e Meio” (T. Apolo) onde aparece pela primeira vez com o cabelo ‘à Louise Brooks’ que se havia de tornar uma imagem de marca. Entretanto, em 1926, aceita um pequeno papel (a cliente de um cabaré) no filme de Rino Lupo “O Diabo em Lisboa”. A fita nunca terá sido deveras completada, embora uma primeira montagem tenha sido apresentada, para convidados, em 1928. Assim se estreia Beatriz Costa no cinema.

 

Relembre aqui uma das mais icónicas imagens da nossa Beatriz Costa, no Cinema Português, Canção de Lisboa, realizada por José Cottinelli Telmo.

 

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